3 de junho de 2008

O valor da Criatividade

Você acha que uma tabela de serviços de design/direção de arte/tals prontinha para baixar na internet vai salvar a sua vida? Fórmulas que levam em conta tempo/custos/lucro para definir o seu preço? Se você for por esse caminho, ajuda, pois precisamos de referências, mas pode não ser a melhor solução para a construção da sua identidade no mercado.

Vi aqui um post interessante que acredito que sirva de reflexão sobre o nosso valor, como profissionais, que investimos em conhecimento, estudo e tempo para agregar qualidade e inovações de verdade ao nosso trabalho. Se a tecnologia muda, a gente tem que acompanhar. Se as tendências mudam, lá vamos nós correndo para não ficar para trás. Repertório? Está tudo à nossa volta e temos que estar smepre atentos e alimentar o potencial criativo. Sempre estamos correndo, correndo e correndo para conversar 'tete-a -tete' com o mercado, senão, somos engolidos.

Antes de mais nada, uma História, estória ou seja o que for para começar a refletir:
Rola por aí um relato sobre uma passagem da vida de Pablo Picasso que serve para repensarmos sobre esse valor que damos ao nosso trabalho e ao amor que investimos nele.

*
PICASSO, Pablo The Dream 1932 Oil on canvas 51 1/4 x 38 1/8 in. Collection Mr. and Mrs. Victor W. Ganz, New York.
*A imagem não tem relação com a estória.

Reza a lenda que, certa vez, Picasso foi contratado para pintar o retrato de uma senhora da alta sociedade de 'trelelé -não-sei-das-quantas'. A distinta mulher, então, foi até o estúdio onde o Artista iria reproduzir sua imagem na tela.

Uma hora e meia depois, Picasso concluiu a pintura, que resultou em um lindo retrato. A senhora, por sua vez, ficou deslumbrada com sua imagem reproduzida com tanta destreza e beleza pelo mestre. Ao final de tudo perguntou quanto valia o serviço. Picasso, muito tranquilamente, respondeu:

- “São US$ 6.000,00*, minha senhora.” *(Ilustrado um valor 'alto', digamos assim...)

- “Mas isso não é muito, por somente uma hora e meia de trabalho? -, argumentou a senhora.”

- “Minha senhora, eu não estou cobrando por uma hora e meia de trabalho, eu estou cobrando pela minha vida inteira de dedicação e estudo à pintura, que me permitiu pintar esse quadro em uma hora e meia” -, respondeu Picasso.

A história pode até ser lorota, mas é muito útil para vermos que o valor dos benefícios que, potencialmente, podemos propiciar para o cliente tem o tamanho da nossa capacidade em agregar esse valor a ele e não necessariamente às horas dedicadas à execução do trabalho.

Além de levar em conta qualidade, volume, custos e concorrência para definir nossos honorários, o valor do tabalho deve ser baseado, fundamentalmente, no valor que o cliente obtém com nossos serviços e nunca por unidade de tempo - hora, dia, semana ou mês (trabalho braçal que não combina com criatividade).

O mais importate: fazer com que nossos honorários sejam vistos, pelo cliente, como, efetivamente, menores do que os benefícios obtidos com o resultado de nossas idéias. Sejamos humildes, mas não nos humilhemos, por favor...

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